Por André Debevc
No breve detalhe que escapa do seu decote, eu me perco e mergulho sem medo, olhando para os lados pra não ser pego, mapeando suas curvas, dentes, penugens e cheiros sem que você nem tenha a alegria do calor do meu nariz visitando a sua pele desavisada de mim. Sem falar da minha língua, morna e faceira, decorando suas interjeições e suas partes animadas de sílabas inteiras, apertando suas coxas, tensionando suas gargalhadas contidas com dedos sem esmalte e repletas de sorrisos vazios de sons para não serem pegos pelo mundo. Ah tudo tudo que há entre os centímetros que sempre dançam entre você e eu. Um universo infinito e em expansão que não nos coloca nunca nus e simples, apenas um com o outro, preso num quarto, livre de qualquer culpa ou obrigação regada a um desejo existente num mundo real.
terça-feira, dezembro 14, 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Ai, q nojo...
genial, como sempre.
genial, como sempre.
Deliciosamente bem escrito... Como sempre!
Postar um comentário