Por André Debevc
A mão passeia sem pressa pela coxa quente que escapa o vestidinho que ele adora. Polegar vasculha penugens ansiosas, que batem continência ao mais simples toque nunca despretencioso. Parece até que não há pressa até que as bocas se encontrem. Tudo acontece em closes fechados. Cortes secos cada vez menos secos. O suspiro mais longo dela, dilata narinas e pupilas. A respiração mais lenta dele, destoando do peito que acelera. Mãos e corpos que não se desgrudam. A pegada mais firme, o calor do corpo que fica ainda maior. Ele sente o coração na garganta, ela agarra o coração dele na mão. Quente e forte como a marcação de uma bateria alucinada. Ele quer colocá-la na boca. Ela quer guardá-lo pra sempre entre as pernas arqueadas, escorregadio e ofegante como um trem próprio com um só destino. Andam tarados e imaginativos, olhando a todo instante pro relógio, esperando a hora de um encontro não marcado. Mas que não tem mais como ser adiado.
quarta-feira, janeiro 05, 2011
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5 comentários:
Quase que deu pra ouvir daqui o som da pulsação. Belíssimo!
Beijos pra Ti
Excelente...
sempre acompanho seus posts, e, quase, sempre me surpreendo!
Essa é a primeira vez que visito seu blog e me surpreendi com palavras tão bem colocadas! Cada linha nos detalhe as sensações tão claramente que as sentimos como nossas. Adorei!
Bjs
adoro encontros não marcados.
Eu gosto assim: frases curtas, poucas palavras, mas certeiras.
Eu volto.
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