sexta-feira, março 12, 2010

Melhor meio que todo

Por André Debevc

Ainda com os olhos cerrados e colados pelas lentes de contato secas, encarou o laranja do dia de primavera nascendo no horizonte à sua direita, onde em alguma época da sua vida vivia o East River. Ainda cheirando a feromônios e látex, pegava o rumo de casa depois de uma noite de muita saliva e pouco sono. Ajeitando a gola do casaco pensou calado, fitando o vento ainda frio da manhã de Gotham City (ou seria Metrópolis? não me lembro): melhor ter um lado canalha do que ser canalha por inteiro.