terça-feira, junho 14, 2011

Admito que erro

Por André Debevc

Admito que erro. Ponto. Entrego os pontos, limpo o suor na manga arregaçada, baixo a guarda. Deixo a vida, cretina, me bater até cansa (se é que cansa). Noites incautas, sopa de decepção com legumes congelados. Quem sabe os juízes param a luta? Quem sabe q vida não me leva à nocaute? Vai que dá pra que eu vença por pontos? Só admito a hipótese de continuar no ringue, aberto, tomado. Vou seguindo com abaldos de lado mas ninguém começa a contagem, todo mundo leva na sacanagem essa rotina onde meu nome é onvocado num anúncio de telefonia celular.

Passado o tempo do não

Por André Debevc

Vamos repetir esse beijo até chegar à perfeição.
Posso sentir que não estamos longe...
e não é coisa de sexto sentido de homem
(que nunca pára para pedir informação)
Só sei que estamos na direção certa.

Mantenha sua noite aberta
pois quero trazer mais uns beijos para colocarmos em ação.
Vamos tentar mais uma e outra vez,
até que você tenha decorado o bom hálito da minha tez.
Será que você não percebeu
que sua língua derrapa gostosa na minha?
Que nossas respirações até que não se contradizem?
Sei que temos de colocar em prática esse impulso sem esboço de rejeição.
Há tempos que temos dissimulado,
e agora não é mais tempo de dizer não.