segunda-feira, agosto 04, 2014

DESENCONTRO no 4357 (André Debevc)

e de tanto esperar, se viu de novo 
num lugar desconfortavelmente familiar.

não seria a primeira,
e nem a última vez,
que se decepcionaria.
e mesmo depois de tantas vez,
ainda não tinha se acostumado com aquele gosto
de quem engole seco para não ter que engolir o choro.

pediu para descer do carro antes,
e foi andando na garoa fina e insistente,
esperando (mais uma vez) que a água lavasse
a decepção estampada no seu rosto.

caminhando no frio,
descobriu-se sozinho,
sem ajuda nem para enterrar
o cadáver das suas últimas expectativas.

Nenhum comentário: