segunda-feira, julho 16, 2007

O Prisioneiro

Por André Debevc

Agora você já tem um nome, bem eterno que só mulheres e estrelas carregam. E eu já tenho o que balbuciar em sonho. Já tenho o que sonhar balbuciar acordado. Já posso dizer aos quatro ventos que te quero, se te quero, como quero - juro que ainda não decidi. Você agora carrega um nome que te protege, capa que te faz irreconhecível, escudo invisível contra a insensibilidade e a rotina que deixaram de brilhar quando ouviam a sua voz. Mas relaxe moça, você e eu estamos salvos. Começamos a conjugar esse tempo onde você já pode me mandar beijos na boca, pode até de um jeito quase silencioso brincar um pouquinho de louca e me confessar mais que uma fantasia. Quando quiser, você já tem a sua alforria para me contar sonhos, desejos e todas as mais secretas vontades. Você está livre para narrar e viver todo um paralelo, assim até tangível, e unicamente nosso. Sem proibições de beijos ou impedimentos para uma tarde toda dedicada a cheirar somente a sua nuca. Agora que você fez sua senha, venha doce Lisbela. Brinque um pouco de eu te deixar sem palavras, te encontrar com beijos na boca, te encher de suspiros e sorrisos. Você está segura nesse quase anonimato. Nada aqui no meu peito, único lugar onde você atende por este nome, nada pode te machucar. Para proteger seu nome me fiz prisioneiro. Refém de um cheiro e gosto que ando louco para saber até de olhos fechados.

3 comentários:

maíra disse...

tava sentindo falta dos seus textos.
gosto tanto disso aqui!

Anônimo disse...

Saudades sem fim... de imaginar-te sussurando ao meu ouvido.

Letícia disse...

Gostei do teu espaço... Lindo texto.