quarta-feira, junho 25, 2008

Lágrimas oficiais

Por André Debevc

Vejo o Presidente Fernando Henrique em pé ao lado do caixão da esposa, Dona Ruth, e a mais profunda tristeza me faz de casa. Cinquenta e cinco anos de casamento interrompidos antes do final do Jornal Nacional. Não existirá no universo uma só palavra de conforto. Não existirá em toda a história um abraço de carinho forte o suficiente. O coração ex-presidencial viverá o resto dos seus dias a meio pau. A morte de sua companheira institui à força uma eternidade de goles em seco. De frases incompletas. E mesas não-postas. Agora a democracia não tem voz. Foi-se nossa eterna primeira dama. Foi-se a doce Ruth, do Fernando. Chegou a maior tristeza de um homem. Presidente, por mais que isso nada signifique, você tem meu choro em solidariedade.

3 comentários:

Helena Rios Angel disse...

Nossa! Amei. Que coisa mais linda. Tô com lágrimas nos olhos. 55 anos de casamento interrompidos antes do fim do jornal nacional é tão dolorido, porque não a hora para morte, e o fim é só começo do sofrimento ambíguo. Não dava pra esperar um bucadinho? Não dava pra se atrasar e chegar um pouquinho mais tarde, como manda a boa educação do brasileiro? Parece que não dava e essa história de que era hora ainda dói mais. QUEM DISSE ISSO? Quem disse que tinha hora pra se começar a morrer e a sofrer? Eu não fui caríssimo presidente, não fui eu!

Anônimo disse...

nossa esse nao tem palavras... me emocionei, senti a dor dele e a te todos q perderam a eterna primeira dama. Choro com vc e com ele agora.

Unknown disse...

Fiquei sem palavras Andre, assim como fiquei quando meu noivo tbm morreu...