quinta-feira, março 15, 2012

Devo

Por André Debevc

Que caminho faço até sua boca?
Aonde meus lábios dançam com os seus?
Vi minhas mãos passeando pelas suas costas
enquanto nossas cabeças digladiavam docemente sorvendo um beijo
quando o vento batia displicente assistindo ao nosso espetáculo.
Seu cheiro inacreditável não me explica nada,
seu abraço desenhado na fumaça dos carros sempre passa
sem roubar qualquer melhor momento, apenas os ignorando.
E os lábios que reagem em câmera lenta,
assim a centimetros de distância, sem se dar conta dos efeitos colaterais
rastreando mudos os desenhos dos mais apaixonantes umbigos entorpecentes do universo.
Arrisco um atalho nesse descaminho. Posso?

Devo.

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