por André Debevc
de todas as coisas
pontiagudas do universo,
talvez o que me mate
seja meu coração.
meu músculo involuntário,
relicário de cacos colados,
sobrevivente e companheiro
de todos os meus amores e dores
fingidos ou realizados.
átrios e ventrículos
pulsando mais vida
do que tenho vivido.
batendo e soprando,
atravessando o samba e avenida,
descompassado como um escrito de Bukowski,
afiado com só uma resposta sarcástica pode ser.
de todas as coisas,
das pedras mais
mal lapidadas do universo,
talvez o que me mate
seja meu coração.
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