quarta-feira, julho 08, 2015

TEMPO MOVEDIÇO

Por André Debevc

Digam o que disserem, o tempo faz mesmo a sua mágica. Amnésia anestésica conveniente, alimentada pela falta a de encontros e quaisquer gestos ou palavras que lembrem, que, um dia ali existiu amor. Tempestade de areia nas retinas das lembranças. Nevoeiro calmo que chega sem querer e imobiliza, mudando a inércia pra sempre. Para que nunca mais aconteça das bocas irem ao encontro uma da outra. Para que os olhos inquietos desaprendam a dançar entre lábios e pupilas antes de entregarem a paixão como refém à saliva. O tempo, movediço, faz mesmo sua mágica. Mas memórias, essas sim, é que são umas grandes filhas da puta.

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