quarta-feira, julho 08, 2015

MIXED TAPE

Por André Debevc
Nem sempre a versão original é a melhor versão. Isso ele aprendeu com Cake tocando I will suvive. Tivesse fazendo uma lista, teria deixado, só pro caso do seu compilado tocar mais no toca-fitas autoreverse dela do que propriamente no coração. Eita versão bem feita. Vindo dele, Wish you were here seria sempre no mínimo fundamental. Talvez a versão mais lenta – feita para beijar – do Thom Yorke. Até porque metade do trabalho de criar uma mix tape era imaginar o que cada música causaria no objeto transitório do seu amor. Romeo and Juliet também não poderia faltar. Dúvida atroz entre Dire Straits ao vivo ou um bom The Killers. Society, do Eddie Vedder até poderia ser a que tem Johnny Depp dando canja. Mas algum original do Florence and The Machine e do Dashboard Confessional também tinham que caber no lado A. Para o lado B um pouco da sua própria educação musical, para arrebata-la de vez. De Fleetwood Mac a Muse. Elvis e Sinatra a Counting Crows. A arte de fazer uma fita para entregar a uma moça era uma dessas coisas que tinha ficado no fim dos anos 90. Mas para quem – como ele - tem no coração um velho toca-fita roadstar de bandeja, pendrives sempre serão só disquetes com metidos a besta.

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