quarta-feira, julho 01, 2009

dia de inferno

Por André Debevc

uma angústia gigante me estacionou latente num pedaço que vai, da garganta até quase a parte debaixo do coração. e num abrir de olhos, como tantos outros - num dia final de inferno - foi como se todos os beijos eternamente adiados, todos os empregos e peitos nunca tidos, todas as viagens e promessas nunca feitas, absolutamente toda a liberdade e as ilusões nati-mortas resolvessem ficar engarrafadas em mim, baixando a luz da minha alma por mais tempo que qualquer outra tristeza sem cúmplice. em dias assim, de ponteiros lentos e piadas órfãs de sorrisos, tudo que eu queria é poder correr, correr, correr. até me encontrar, cheio de planos e soluções, e com aquele sorriso de alma tão profundo que me faz até ter buracos felizes no rosto. hoje acho que não vai dar...

Um comentário:

Cris disse...

"Está tudo planejado:
se amanhã o dia for cinzento,
se houver chuva
se houver vento,
ou se eu estiver cansado
dessa antiga melancolia
cinza fria
sobre as coisas
conhecidas pela casa
a mesa posta
e gasta
está tudo planejado
apago as luzes, no escuro
e abro o gás
de-fi-ni-ti-va-men-te
ou então
visto minhas calças vermelhas
e procuro uma festa
onde possa dançar rock
até cair"
Caio F. Abreu