por André Debevc
como um dia, para alguma outra coisa, disse o
poeta – de repente, e não mais que de repente – estava ali, encaixado entre as
coxas dela, com uma perfeição pra lá de rara (senão inédita). os corpos
quentes, totalmente nus, numa cumplicidade de quem trocou muito mais do que
palavras. coisa de quem só consegue se tivesse ensaiado e aperfeiçoado esse
momento em um milhão de tentativas. os olhos de um dançando entre as íris e os
lábios do outro. a busca, não de romance, mas de entrega ao prazer. livre de
qualquer culpa ou hora de ir embora. o toque, sem qualquer cerimônia,
denunciava calor, tensão, umidade. a respiração, numa batida incerta, tentando ajudar
a controlar o momento. beijos cheios de gostos cheiros e calor. ritmo. e falta
de ritmo. um balé de trocas. de saliva, de arrepios e suspiros. inacreditável
mas possível se um dia tentado. estranho mesmo só o encaixe perfeito de um
tesão nunca dito. detalhe ainda mais surreal naquele cenário de Dali. segundos
antes de acordar. numa realidade onírica cheia de sensações e experiências. a
saliva e o corpo nunca provados. sonho em 4D. paralelo para guardar. e difícil
de esquecer.
2 comentários:
Você é muito bom. Vou voltar mais vezes aqui. Escreva mais.
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