domingo, agosto 15, 2010

(...)

Por André Debevc

Dessas três ou quatro palavras que eu não disse,
o que você entendeu?
Suas respostas vêm assim,
sem pressa à tona,
feito estas bolhas inocentes no copo de cerveja.
Procuro saber suas reticências
para encontrar um ou dois pontos,
sempre abrindo vírgulas
para o aposto eu,
sujeito ativo,
até passivo ante seu desejo lascivo,
calmo, quase sussurrante
nessa confissão
de quem precisa me provar um beijo viciante
que cansei de imaginar.

Se entre um assento e outro eu calei,
é porque precisava me achar,
talvez entre sua boca e olhos,
talvez só entre nós mesmos
nesse cúmplice ar.

Eu calo, porque você consente
já que nosso beijo quer gritar.

Um comentário:

Anônimo disse...

não sei se porque você postou todos no mesmo dia, mas esse aqui passou batido.

eu adorei.

isabel também.