quinta-feira, maio 04, 2006

Amar é covardia.

Nem lhe pergunto se queres e trago
Uma imensidão de ilusões.
Crio,
Espero,
Sofro um universo que você nem sabe.
Decifro todo gesto seu com infinito significado.
Sou barrado às portas do meu castelo de areia
Já que nada que eu trago nas prateleiras da alma
Passa pela sua fiscalização.
Nada encontra sua hora,
Marcada há milênios em minha emoção.

Imponho verdades,
Autorizo ansiedades
Remarco insanidades
Em cada vão minuto criado à sua espera.

Coloco em suas mãos tudo que tenho:
tempo, atenção, amor
Sem nunca perguntar se te cabem esses detalhes.

Te amo com tudo,
Sem vacilos sem hora nem desculpas.
Você nunca pediu tanto,
Você não sabe o que fazer com tão pouco
E decretamos o desespero.

Não dá para voltar atrás,
O passado é uma inquebrável estátua muda
Sem qualquer esboço a não ser o de deboche.
Todos os poemas de amor se tornam um presente incarregável.

Amar alguém é covardia.

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