quinta-feira, maio 04, 2006

Gravidade

Se até a gravidade,
inimiga feroz da tua silhueta,
age no teu peito,
porque eu também não posso?
Lágrimas e palavras falharam
na tentativa de provar minha verdade.
Sua alma só sorri amarela
para minha presença que se retorce muda
em espasmos de tristeza e impotência.
Sou eu,
fantasma de nossa ausência
conjugando verbo passado,
morto como Latim.
Às vezes uma referência
falsamente inocente alucina a realidade,
mas somos silêncio e incapacidade
quando meus olhos e palavras
cedem lugar a gravidade
na tentativa de agir no seu peito.

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