sexta-feira, maio 05, 2006

Jornal Nacional

Quando eu morrer quero um bloco inteiro no Jornal Nacional,
um espaço obsceno no jornal da nação com meus versos empunhados como lágrimas
pelas viúvas da minha sensibilidade e canalhice.
Quero pisar fundo na imortalidade nas vozes de ninfetas apaixonadas
quero saber dos lenços brancos encharcados
e do luto voluntário estampado nas almas que amam.
Posso até pedir desculpas quando esbarrar no pesado abatimento dos apaixonados.
Quero aviões supersônicos rasgando os céus carregados
derramando pétalas negras antes da chuva radioativa
e um tom grave na confissão de qualquer segredo casual.
Quando eu morrer quero ser inesquecido pelos meus beijos
e incomparado pelos meus poeminhas que sempre só quiseram amar demais.
...talvez eu nunca tenha conseguido...

Nenhum comentário: